O Mundo em movimento

Eu realmente sinto falta do meu passado. Eu sinto falta de acordar no meu antigo quarto. Eu reamente sinto falta da minha bagunça. Eu sinto falta de ter que acordar 30 minutos mais cedo para poder chegar a tempo nas aulas, acredite, eu sinto falta desses 30 min mais cedo. Eu sinto falta dos ônibus que passavam de 15 em 15 minutos. Eu sinto falta de não poder ficar assistindo TV até tarde. Eu sinto falta de toda vez que passava no corredor de dentro, olhar para o teto. Eu realmente sinto falta daquele corredor. Eu sinto falta do balcão da cozinha onde sempre estava cheio de coisas. Eu sinto falta de chegar em casa e colocar a chave naquele balcão. Eu sinto falta de abrir a janela do meu quarto e ver arvore dos fundos da casa, a mesma arvore que dava lindas goiabas. Eu sinto falta. Eu sinto falta do sonho da padaria lá da esquina de casa. Eu também sinto a falta do supermercado da frente. Eu sinto saudade de acordar ouvindo passarinhos cantarem. Eu sinto saudade de acordar aos domingos ouvindo o rádio bem alto. Eu sinto saudade do nº 106. Eu sinto saudade da Felicidade. Eu sinto falta da luz da rua que ficava piscando, e que nunca fora concertada. Pode parecer estranho, mas essas minhas lágrimas, são para o passado. São para o passado que me deixava com medo a noite, e até mesmo de dia nos últimos anos. São para o passado que já me deixou feliz. São para o passado onde eu me sentia “em casa”. Agora é como se eu fosse uma peça sobrando de um quebra cabeça nível experiente. Ou então, como uma garota do interior explorando “O Mundão” nas primeiras semanas. Sei que na lei da vida é essa. No livro da vida não é permitido voltar. No livro da vida não é permitido reescrever uma página, muito menos, rêle-la. Agora eu tenho mais que certeza que temos que aproveitar cada momento de nossas vidas. Temos que viver a vida intensamente. O mundo não para. Enquanto pensamos, ele não para. Enquanto vivemos, ele continua.

Beijos, A. Beatriz Vieira